30 de janeiro de 2013

Confirmado o XII EENE conheça Algodão de Jandaíra - PB

O XII Encontro de Escaladores Nordeste (EENE) será na cidade paraibana Algodão de Jandaíra. O encontro acontecerá nos dias 15,16 e 17 de novembro de 2013.

Já que foi confirmado o local e a data do encontro, que tal conhecermos um pouco mais da cidade. Primitivamente, as terras onde hoje se localiza o município pertenceu ao Templo da Aldeia, por onde passavam os índios das aldeias de Queimadas.

Os primeiros colonizadores, da família de Barbosa Freire, assentaram-se às margens de uma lagoa, conhecida como Lagoa dos Remédios por volta de 1778. A fazenda Jandaíra localizava-se entre Areia e Vila de Pocinhos. Próximo à fazenda estava um local de passagem de gado e encontro de vaqueiros, chamado Algodão.

O major Joaquim dos Santos Leal, dono da fazenda Jandaíra, foi deputado pelo Partido Liberal em 1858 e 1870. Ele participou de um movimento contra o Império. Os rebeldes da Revolução Praieira, malogrados em Recife, refugiaram-se em Areia. Ali receberam o apoio do juiz municipal Maximiano Lopes Machado e do major Joaquim dos Santos Leal. O último combate ocorreu em fevereiro de 1849. Após seis horas de luta, os combatentes fugiram e o major refugiou-se na fazenda Jandaíra.

A serra do algodão é de um bucolismo ímpar que nos remete a lembrar das belas paisagens européias, como também as lindas formações rochosas desenhadas pelas mãos do CRIADOR.. Além das histórias que estão relacionadas com essas formações rochosas, existem imensos paredões de pedras ideais para a prática de escalada e rocha. O lugar é também repleto de trilhas que propiciam caminhadas ecológicas, passeios turísticos, dentre outras atividades, ou simplesmente para contemplação da beleza encantadora do lugar. Dentre os pontos turísticos rochosos catalogados na cidade estão: Pedra do Caboclo, Pedra Furada, Pedra da Santa e Pedra da Letra.

A Pedra Furada está localizada a 7 km distância do perímetro urbano, em direção á Serra de Cima. Apresenta duas cavidades frontais, que muito lembram uma caveira (ver foto). Ao redor da Pedra Furada existem vestígios de antigas civilizações, diversas inscrições rupestres comprovam a existem de comunidades nativas em torno dessa formação rochosa.




A Pedra dos Caboclos ou Gruta dos Caboclos – Localiza-se a uma distância de 4KM , da cidade, deste lugar vê-se uma beleza impar da paisagem do município. Conta-se que, nesse lugar, por volta do século XVIII, um grupo de índios perseguidos por ferozes capitães do mato, o se refugiarem na gruta os indígenas ficaram encurralados. Não permitiram que os seus perseguidores entrassem no local, travaram uma luta desesperada com eles mesmos, pois permaneceram lá sem aguaram e comida durante uma semana, depois foram morrendo lentamente. Aqueles que se desesperavam e ousavam tentar escapar da sede e da morte, foram abatidos a tiros na entrada da gruta, onde existe uma furna com paredões de aproximadamente 80 metros de altura. Esse episódio originou o nome Gruta do Caboclos. Um fato curioso relatado em entrevista a Maria Lucia Lucena Cavalcante, que escreveu uma monografia a respeito de Algodão de Jandaíra no ano de 2005, o Senhor Aprígio Manoel (in memorian), relatou que por volta do ano de 1927, quando ainda jovem, reuniu-se com uma turma de quatro amigos e adentraram na Gruta dos Caboclos e se depararam com quarenta e duas ossadas humanas. Estas apresentavam características de pessoas de pouca idade, provavelmente eram restos dos indígenas sacrificados pelos capitães do mato a mando dos colonizadores na luta pela terras. Encontraram também um cachimbo, um chicote e roupas tecidas a fio de caruá, uma planta nativa dessa região.


E o tão esperado Cemitério de Algodão de jandaíra não podia faltar em nosso relato, tendo em vista a grande procura pelos frequentadores do EENE pelo poder místicos desses lugares e as histórias marcadas por eles nos encontros (risos). 

O Cemitério está localizado na margem do Rio Jandaíra, ficando de fronte com a casa onde José Américo passou boa parte de sua infância. Foi construído por volta do no ano de 1916. Alguns moradores afirmam que as famílias Batista e Coelho entenderam de construí-lo com o propósito de administrar a região. Nesse cemitério estão sepultados grande parte dos antigos moradores da região, como também boa parte da Família Santos Leal. O Cemitério precisa urgentemente ser tombado pelo Patrimônio Histórico Cultural, pois se nenhuma providencia for tomada, não só os restos mortais estarão sepultados, mas grande parte da história de Algodão de Jandaira permanecerá enterrada para sempre.

O XII EENE já esta inserido no calendário de montanhismo brasileiro e tem tudo pra ser um grande encontro. Esperamos todos em nossa amada Paraíba.